Abrir (outra vez) o Livro da Selva ao mundo
O Livro da Selva traz de volta ao cinema os valores que inspiraram várias gerações usando imagem real e CGI. O jovem Neel Sethi é uma boa surpresa como Mogli e Bill Murray dá a voz ao divertido urso Baloo.
A coleção de contos (de 1894) é do autor britânico Rudyard Kipling; a readaptação ao cinema quase 50 anos depois da popular animação da Disney é de Jon Favreau (o ator e realizador que depois de ter dirigido Homem de Ferro, entre outros, experimenta outros tipos de filme); mas a história original é universal e mantém-se tão atual e humana quanto era em 1894, quando os contos foram lançados.
Usando com mestria – do melhor que já vimos no cinema – animação CGI (mais usada para representar os animais falantes) combinada na perfeição com cenários reais e atores reais, acompanhamos Mogli (bela interpretação do indiano-americano Neel Sethi, escolhido entre duas mil crianças).
Este humano abandonado na selva ainda bebé foi resgatado pela pantera Baguera (voz de Ben Kingsley) e criado como membro de uma alcateia de lobos falantes onde é acarinhado pelo mãe loba (a voz suave de Lupita Nyong'o).
Ainda criança tem dificuldades para se sentir aceite por todos os animais da selva - é inclusive olhado de lado. Mogli é obrigado a crescer e fugir quando o temível tigre Shere Khan (voz de Idris Elba) o descobre e quer eliminar só por ser humano.
Ajudado por Baguera ele tem de fugir da selva em busca do ‘terra dos homens’. É nessa viagem que consegue fugir às mandíbulas da traiçoeira cobra Kaa (voz Scarlet Johansson) e conhece o divertido, pachorrento e necessitado de mel, urso Baloo. Bill Murray empresta a voz e a sua comédia carismática ao urso gigante que se torna amigo de Mogli - uma personagem memorável, divertida e carinhosa.
É nesta aventura que Mogli aprende que ser diferente dos outros pode ter vantagens.
Do elenco de vozes faz ainda parte o gigante rei dos macacos 'Christopher Walken', que dá ao filme o seu momento 'musical'.
Esta viagem incrível e inspiradora, capaz de cativar pessoas (e até eventualmente animais) de todas as idades, funciona muito bem em 3D e em IMAX e mostra que a Disney está a conseguir evoluir no caminho certo.
Não é por acaso que o livro original é usado há várias décadas como história motivacional para os jovens escuteiros (Lobitos) de vários países, inclusive Portugal.